Ilustração de Kerem Beyit
Núcleo de nebulosa, sol fecundo,
- anjo – és tu no teu pequeno mundo
a luz que em galáxia
o caos ordena o pranto,
sentes, sem o compreender,
tanto amor tenha doado,
eis numa fogueira consumido,
de acreditar no peito ardido
muito houvera de ilusão sobrado
mas o tens, no peito, avolumado:
Se o destino te mantém marinheiro
deste oceano inesgotado.
Volúvel não te chamem, ou perjuro:
pois teve amante oportunista e passageiro.
As lágrimas são velas se esvaindo em cera,
em cuja flama arde o teu ser.
Findo cada amor, pensas que vais morrer,
que o sol te apaga,
nas profundezas de tão funda chaga!
Da madrugada, e a mágoa do sol-posto
quedas triste, e pensas com desgosto.
Foges da noite, e a luz que te envolvia
nas trevas se tornou em que andas agora.
Retorna entanto o sol,
o dragão, que antes morria.
E a tua alma, por isto, já não chora,
mas espera o raiar de um novo dia.
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