Para a festa da agonia,
a modelo oca na vitrine exposta
o viu chegar, como havia
sonhado, vulto tão belo
rastejante amarelo,
anjo que se amasse partiria,
sem saudade, pena ou ira,
selado ao dorso da glória,
pastando em feno de ouro,
gramas raras, um romance.
Angélico cálido peito
deixa então cozer,
no teu leito,
que pode esquecer a cor
dos olhos da vida e a dor,
que o sono vinha trazer,
tão celeste e fino anjo,
cavalga pela festa terrena,
onde a ilusão do dragão
deixa-a mais serena.
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