1984
George
Orwell
Romance - Século 20
Literatura Inglesa
Tradução de Wilson Velloso
278 páginas
17ª Edição
Companhia Editora Nacional
1984
"Se você quiser um
quadro do futuro,
imagine uma bota
esmagando
um rosto humano para
sempre".
(O´Brien em 1984)
A história
de 1984, de George Orwell, passa-se na Inglaterra (agora conhecida como Pista
número 1, um nome neutro e que não evoca lembranças) e é a rebelião de um homem
(outro título cogitado para o livro foi O Último Homem na Europa), Winston
Smith, funcionário do Ministério da Verdade, a partir do momento que começa a
duvidar da manipulação da história. Ou seja, assim que começa a ter uma crimideia,
a palavra do novo vocabulário (novilíngua) inventado pelo partido como meio de
impedir heresias.
O problema é que a mensagem de
Orwell não foi corretamente entendida por todos, ou foi usada de má-fé para
atacar o que ele não queria. Percebe-se que o livro não é um ataque ao
socialismo ou ao Partido Trabalhista, mas, sim, uma amostra das perversões de
que é capaz uma economia centralizada. O lado irracional do totalitarismo
ajudava a explicar coisas como o regime nazista, e poderia conferir
estabilidade aos sistemas políticos do presente e do futuro. O tipo de
habitante de Oceania estaria pronto a morrer pelo Grande Irmão, mas não por
quaisquer prazeres terrenos adicionais. Usando um exemplo atual: os fanáticos
muçulmanos que se explodem para matar seus inimigos.
Os anos de 80 e 90 passaram e pouco
do que foi escrito se concretizou. Atualmente, 2084 seria a projeção que mais
se adequa ao título do livro. Provavelmente, nos próximos anos teremos uma
sociedade muito parecida com a que foi imaginada por Orwell, pois ainda estamos
no estágio experimental do controle da população. A teletela, por exemplo, foi
comparada erroneamente com a televisão e, mais recentemente, com a internet. O
aparelho imaginado por Orwell é um eficiente receptor e emissor de dados que
não se compara às limitações dos aparelhos de televisão e dos
microcomputadores. Perto das teletelas, a broadband é uma tecnologia
pré-histórica, mas a semente já foi plantada.
Depois dos atentados terroristas de 11
de setembro de 2001, os americanos desejam implantar um documento de identidade
único e nacional. Como guerra é paz, poucos questionarão a necessidade de ter
sua liberdade diminuída em nome da ordem. Atitudes desse tipo, isoladas, não
representam muito perigo aos cidadãos, porém, em conjunto, são uma estratégia
de controle parecida com a do Partido, o órgão máximo do poder que possuía
todos os registros das pessoas. Dessa forma, eles tinham o poder sobre o
presente, o futuro e o passado. Isto não difere muito do trabalho da mídia
atual.
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